Relato do protesto pela libertação dos urubus confinados na Bienal de Artes de São Paulo

urubus

Relato do protesto pela libertação dos urubus confinados na Bienal de Artes de São Paulo

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As fotos do protesto podem ser vistas clicando aqui.

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Os vídeos do protesto pode ser visto acessando:

Parte 1:
http://www.youtube.com/watch?v=y61zNrg5-BI

Parte 2:
http://www.youtube.com/watch?v=I3gXKaIwRDQ

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Mais de 40 ativistas reuniram-se no dia 02 de outubro de 2010 para protestar o confinamento de três urubus que “compõe” a “obra-de-arte” do pseudo-artista Nuno Ramos, acometido por tamanha falta de criatividade ao ter que recorrer a animais para ilustrar as suas obras que a sua presença na Bienal chega a ser uma ofensa aos artistas brasileiros. Prova disso é a adesão maciça do público presente na Bienal, que não hesita em aderir aos ativistas, aplaudindo e assoviando em sinal de apoio à campanha pela libertação das aves.

Usando correntes e algemas (que, aliás, não foram detectadas pelo sistema de segurança com revista de bolsas e detectores de metal que a Bienal ostenta, mas sem sucesso), dois ativistas da ONG VEDDAS prenderam-se a uma estrutura adjacente à instalação onde os urubus estão confinados e aproveitaram a companhia dos outros ativistas presentes, vindos de várias frentes do movimento, para informar o público visitante sobre os crimes que estavam testemunhando, enfatizando que não se tratava de mera polêmica ou uma simples crítica à obra, mas do testemunhar de um crime ambiental que é muito bem definido pela legislação brasileira.

A exposição foi inaugurada há uma semana (em 25/09/2010) e mesmo antes da data a Fundação Bienal foi alertada pelos ativistas sobre os crimes nos quais incorreria caso permitisse a exposição dessa suposta obra-de-arte, mas optou por ignorar aos avisos. Cinco dias após a inauguração, veterinários do IBAMA estiveram no local e decidiram pelo cancelamento da licença de exibição das aves, determinado que sejam devolvidas ao seu local de origem em Sergipe no prazo de cinco dias (06 de outubro). O parecer dos veterinários do IBAMA foi baseado em maus-tratos, notando que as aves não dispõem de um ambiente adequado, e de fato qualuqer um pode constatar que o local é desprovido do contato com a luz solar, não oferece poleiros para as aves se agarrarem, e ficam sujeitas ao ruído constante que sai das caixas de som instaladas nas três torres onde repousam precariamente, isso sem contar o contato constante com o público e o espaço limitadíssimo que não permite a esse magníficos animais voar por mais que 10 segundos. O “artista” já explorou as mesmas aves em uma exposição em Brasília e pretende (ou pretendia) confiná-las no prédio da Bienal até dezembro.

Ainda que as aves estivessem sendo “bem-tratadas”, isso não justificaria o seu uso, já que, se pudessem escolher, certamente escolheriam estar em seu habitat natural e não sujeitando-se aos delírios de uma mente tacanha e desprovida de criatividade. Mas para essa campanha os ativistas pelos direitos animais não precisam recorrer à argumentação filosófica, pois é no campo jurídico que o município de São Paulo dispõe de uma lei que proíbe a exibição de animais em circos e congêneres. Há ainda uma a Lei Federal 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais), que em seu artigo 32 considera crime praticar atos de abuso ou maus-tratos a animais. Usando como ferramenta a constatação dos veterinários do IBAMA, os ativistas pelos direitos animais tiveram reforçada a sua tese de maus-tratos e entrarão com uma ação contra a Fundação Bienal e o infeliz artista, que responderão por crime ambiental que prevê de três meses a um ano de detenção. A Fundação Bienal responde ainda pela agressão dos ativistas que foram agredidos pela sua equipe de segurança sem provocação, com registros em vídeo que mostram os detalhes.

Tamanho é o constrangimento da Fundação Bienal que os seguranças CENSURARAM uma ativista que aceitou o convite de uma das obras que chama o público para usar o microfone e dizer o que bem entender (proposta essa que está bastante clara na entrada da instalação). Ao dar início à leitura solitária de um texto em repúdio à infeliz obra do “artista” especista, seis seguranças se reuniram em torno dela, arrancando os cabos do microfone e tirando o microfone do seu alcance, em um ato claro de censura e repreensão que só serviu para reforçar o coro entoado pelos ativistas durante as quatro incansáveis horas em que, acompanhando os ativistas que estavam algemados à estrutura do prédio, gritavam: “Bienal, que vergonha!”.

VEDDAS – Vegetarianismo Ético, Defesa dos Direitos Animais e Sociedade

www.veddas.org.br

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