Jonny Ablewhite e Kerry Whitburn
Jonny Ablewhite e Kerry Whitburn
Ativistas pelos animais, foram postos em liberdade na sexta-feira passada, após cumprir seis anos de uma pena de doze anos, por relação com a campanha “Save the Newchurch Guinea Pig”, deixam a prisão.
Meus queridos amigos vegans,
Esta é a minha última carta pública e meu último artigo pseudo-intelectual da prisão. Aleluia! Admito que, como muitos de nós, sempre tive uma visão extremamente pessimista da humanidade e sobre o que significa ser um membro da nossa estranha espécie de pós-primatas. Eu não pensei muito nos últimos seis anos, querendo desesperadamente encontrar alguma epifania ecológica ou evolutiva que me fizesse ver claramente como a harmonia poderia ser alcançada com estes vorazes predadores que são os humanos. Essa visão nunca veio. Os relâmpagos eram uma fantasia. Agora que esta viagem de seis anos termina, minha mente fica mais lenta e ainda sofre a perda recente de minha mãe, minhas idéias são menos dramáticas e mais claras. Não estão sepultadas por fantasias, esperanças ou visões, mas pelo conhecimento, por saber que houve uma hora ou um dia ou uma semana destes longos seis anos em que não tenha me sentido querido e apoiado por uma comunidade internacional de vegans compassivos. Não preciso de relâmpagos: sei que há um mundo de ativistas conscientes lá fora: organizando, criando estratégias e vivendo a sua luta pela libertação animal e da terra todos os dias. Como eu sei tudo isso? Porque durante seis anos vocês têm escrito e me contado.
A experiência acumulada deste importante bombardeio de informações tem me ensinado que o veganismo e o altruísmo são sinônimos e simbólicos, como constante incentivo de um ao outro, cada um evoluindo e expandido a compaixão global em benefício de toda a vida. Nesta rejeição de toda dominação e opressão, o veganismo torna-se uma oportunidade permanente para a mudança. Uma plataforma política, ecológica e ética que regenera e reafirma o altruísmo nos corações e mentes daqueles que o praticam. Cada vez que recusamos consumir carne animal ou produtos testados em animais, estamos questionando a relação entre os seres humanos, os animais e as plantas. E, como se sabe, os vegans se esforçam pela harmonia e igualdade nessas relações e permanecem lutando e em guarda, quando essa harmonia é explorada ou atacada. E isso acontece porque o veganismo é um compromisso moral com o princípio da liberdade, uma natural e evoluída expressão de liberdade! Persistentemente mudamos todas as formas de especismo pelo bem dos animais e de vítimas de abuso e seu maltratado lugar, a terra. Gritar! Sentir orgulho! Ser vegan!
Passaram seis anos, uma saga épica de seis anos atrás de mim, e vivo com esta avaliação segura que nós, os vegans, estamos fazendo as coisas corretamente, do nosso próprio, diferente, complexo e diversificado modo. Cada carta, e-mail e visita que recebi (de velhos e novos amigos, de perto e de longe) tinham uma coragem indomável e pioneira, que me lembra muito a minha mãe, uma tenacidade que se recusa a aceitar a injustiça e se preocupa com todas as vítimas de abuso e opressão. Vocês todos foram tão incrivelmente carinhosos e generosos… vocês mantiveram minha cabeça fora da água quando achava que o melhor era se afogar. Agradeço-os com cada uma das minhas células e moléculas por isso. Em breve, eu estarei preparado para comemorar a vida de minha mãe e minha própria liberdade, e lembrarei sempre que maravilhosos e queridos amigos vegans tenho ao redor do mundo!
Pelos animais inocentes, torturados, convertidos a objetos, perseguidos e assassinados, que tanto necessitam de nossa ajuda cada dia.
Por minha mãe, Peggy Ablewhite, que me criou e me amou.
Honrarei sua memória com o coração agradecido.
Por todos vocês, meus queridos amigos vegans.
Jonny